Salvem Ponta Preta
20:54
Para começo da conversa, não pretendo fazer uma análise técnica
dos impactos dessa obra, simplesmente porque sou um leigo na matéria e porque este
estudo já foi feito por pessoas que entendem do assunto, investigação que pode
ser encontrado aqui.
Já é do conhecimento de todos que a onda e o vento em Ponta
Preta têm sido afectada desde a construção dos edifícios hoje existentes na sua
orla.
Só pela onda existente nessa costa e pelo valor recreativo
que ela oferece à população local e aos estrangeiros que aqui vêm surfar justifica-se
que essa MONSTRUOSIDADE seja descartada, mas a mobilização contra a construção do quebra mar não existe simplesmente
para salvaguardar a onda que mas sim todo um ecossistema em perigo. E tudo isso porquê?
PORQUE QUEREM QUE OS SEUS CLIENTES POSSAM SE BANHAR.
Confesso que Já tive uma posição mais radical e
desacreditada com relação ao turismo em Cabo Verde, hoje penso de forma mais
equilibrada e reconheço algum benefício na economia local, mas contínuo crítico
em relação aos seus impactos. O Turismo praticado aqui é uma autêntica piada,
os salários são vergonhosos, o retorno para com a sociedade é nulo,
simplesmente seguem a lógica do lucro.
No meu entendimento essa obra vem nos lembrar da postura
falsa dos agentes turísticos que como forma de vender o seu produto criam uma maquilhagem
ecológica totalmente antagónica há sua própria existência, se os
empreendimentos turísticos desse País fossem pensados (as vezes penso que nada
é pensado aqui) para serem ecológicos simplesmente não existiram, pois todas
elas ocupam áreas de interesse estratégico destruindo o habitat de várias espécies
locais, desrespeitam as normas de construção na orla marítima, ocupam espaços
enormes sem considerar o grande impacto na população local em termos de
locomoção, numa semana são capazes de produzir uma quantidade de lixo superior
à comunidade em que se encontram, entre outras mazelas.
Espanta o total descaso das tais chamadas autoridades
competentes para com a opinião publica e para com os impactos que alguns empreendimentos
possam ter na sociedade e nas gerações vindouras, quer seja em termos sociais, ecológicos
e materiais. Devemos nos lembrar que essas tais autoridades são o reflexo das
nossas escolhas e que elas só ocupam o lugar na qual estão porque assim os
elegemos, portanto a NÓS e aos nossos interesses devem responder e
salvaguardar, logo certifique-se de que a sua voz seja ouvida e a sua opinião
levada em conta, MANIFESTE-SE.
IMAGENS: RICARDO PINA / INTERNET
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