Livro - Cabo Verde Na Rota dos Naufrágios
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Cabo Verde
pelo seu caráter natural de arquipélago, e pela localização geográfica
estratégica, têm uma relevância histórica por excelência no que diz
respeito à historia das navegações, aquelas navegações que continham em
si mesmas os genes daquilo a que hoje chamamos de globalização, expansão
marítima, descobrimento ou qualquer uma dessas outras nomeações
utilizadas por parte de alguns sujeitos da historia.
Relembremos que apesar da triste importância desempenhadas nas rotas quinhentistas, seiscentistas do tráfico de escravos, as viagens para o Brasil, Índia e mais tarde a caça às baleias, o arquipélago nunca foi considerado atrativo pelo ponto de vista das suas riquezas próprias, mas sim pela possibilidade de ponto de escala dessas cargas historicamente preciosas. Se unirmos a intensidade do trafego marítimo durante esses séculos, à característica de espaço propenso a naufrágios, encontramos nas águas de Cabo Verde riquezas ainda não totalmente conhecidas.
É precisamente por essa razão que trago nesta postagem o livro (Cabo Verde Na Rota dos Naufrágios) de Emanuel Charles D´Oliveira ou então "Monaya". Homem do Mar, mergulhador, pesquisador, profundo conhecedor do Mar Cabo-verdiano, um pesquisador que nas palavras de António Correia e Silva "ele tem a tempera da aventura e do amor à descoberta, o que nos faz resistir para nao cedermos à tentação escorregadia de o apelidar de Jacques Cousteau cabo-verdiano.
Este livro representa um marco na historia maritima do nosso País, pois é o primeiro da categoria que nos possibilita compormos uma ideia (mesmo que não definitiva) da variedade do valor histórico depositados nas nossas àguas, durante vários séculos, um inventário do espolio arqueológico que encontra-se em perigo de saque pelo piratas da historia moderna.
"Podia ser mais exato nas localizações, indo até as coordenadas com a precisão milimétrica oferecida pela tecnologia eletrônica, mas, deliberadamente, não pretendo oferecer aos mergulhadores nacionais e a certos ilustres hóspedes que são recebidos em Cabo Verde como diplomatas, funcionários cooperantes, empresários ou simples visitantes e que, sem respeito pela nossa pequenez pobreza e incapacidade de impor mais rigor na actividade subaquática, aproveitam da nossa natural e crónica ingenuidade para sacar alguns dos poucos testemunhos da utilizacao e participacao activa de Cabo Verde no descobrimento de novos horizontes para a Europa e no tráfico de escravos do continente Africano".
Com certeza para os amantes do Mar e da historia das ilhas em particular, um livro para se ter, recomendo.
Texto: Fninga
Imagens: Fninga
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