Fninga Surf Kultura: novembro 2013

Encontrei esta preciosidade que vale a pena ser partilhada. Não existe muito o que dizer além daquilo que o autor e o próprio vídeo diz, permita-se ver, pensar, sentir de autêntica.

"A idéia por trás de "Fomos" é mexer sobre um conceito em que estamos submersos perseguindo coisas que não nos preenchem, o vazio é algo que tudo que você possui não te protege.

Esse é um manifesto daqueles que não se cansam de remar contra a inércia
preferindo deslizar suave, velocidade vencendo a gravidade!

Complexo demais para ser traduzido em palavras, a ideia é para ser sentida.
Este poema audiovisual é um olhar salgado em como as coisas andam na Terra."

PENSE DIFERENTE...

de pequenas coisas, grandes crescem!

Viver num lugar como este, em que as estações do ano são medidas em: época quente e época menos quente pode ser um tanto confuso e provocar algum atordoamento dos sentidos, não existindo as quatros estações bem definidas é difícil dizer quando começa um e termina o outro.

Mas não para nós surfistas a medida do tempo e do espaço têm o seu próprio ritmo. Para os surfistas o inverno começou ontem, com a chegada da primeira ondulação a sério, aquelas que fazem sentir borboletas no estômago antes de entrar, que fazem sentir euforia ao ver os outros as surfarem e claro a presença da brisa fria que vêm com o vento. Embora este ano tenham chegado tarde (na temporada passada a esta altura, no corpo e na alma já havia dois meses e meio de surf) elas são sempre bem vindas.

Algumas fotos da inauguração surfística deste inverno, ou seria época menos quente??

Texto: Fninga
Imagens: Fninga

"A beleza salvará o mundo"
Fiodor Dostoiévski

Ontem vi rostos queimados, olhares cansados, corpos expostos aos elementos, exaustão física, apatia. Aqueles sujeitos estavam distantes de tudo, entregues ao deserto, ao sol escaldante e afastados de qualquer ponto de referência que os lembra-se as contradições daquilo a que chamamos sociedade.

Dito assim fica a primeira impressão de que esta postagem foi inspirada num texto de Dostoiévski (Escritor Russo 1821 – 1881), característico pela sua visão pessimista da humanidade, mas só aparentemente... Assim como a impressão fatalista de Dostoiévski, a descrição acima, pelos termos utilizados deixa a impressão de derrota, mas não te iludas não existe nela nada de negativo, muito pelo contrário. Ela é a narração de um dia positivo, que algumas poucas pessoas têm a sorte de partilhar, daqueles dias recheados de valores como amizade, empatia, cumplicidade. Um dia daqueles que nos faz acreditar num mundo melhor... um dia de surf.

Como diria um dos amigos presente, a interpretação de Dostoiévski é rudimentar, se analisarmos mais a fundo a sua tristeza, a sua angústia em relação ao estado atual do Mundo, compreenderemos que esse desconforto encontra-se enraizado num amor pela vida e na vontade de a viver no seu esplendor.

Rostos queimados, olhares cansados, exaustão física, são essas as características universais encontradas em todos os litorais do mundo onde existem ondas, características que caminham juntos com sensação de ter a alma Leve, a certeza de que ainda existe beleza.
Ficam aqui algumas fotos de alguns individuos que por um dia se perderam do mundo e encontraram a beleza que mantêm a salvo o mundo.

Texto:Fninga
Fotos: Fninga, Miguel Aragão

Há três dias atrás era considerado uma lenda viva do universo das ondas.

Kaluhiokalani, Montgomery ou simplesmente "Buttons" nasceu nas ilhas do Havaí, mais precisamente na cidade de Honolulu, mas cresceu na costa norte da ilha de Oahu, a famosa North Shore, onde começou a surfar com nove anos.

Quando a sua mãe lhe deu o apelido de "buttons" (botões) devido ao aspecto cacheado do cabelo que dizia ser parecido com botões na cabeça, ela jamais imaginou que mais tarde este seria o apelido usado para nomear um dos grandes filhos do Havaí e uma das grandes lendas do surf.

Reprodução em tela feita por Daniel Obradovic Duarte, da famosa foto de Jeff Divine em 1972

Tendo crescido em meio a outras lendas como Gerry Lopez, Eddie Aikau, Jock Sutherland, Rory Russell, ele mesmo pelo seu estilo inovador espontâneo e solto também se tornou um marco, revolucionou a forma como até então se surfava e estabeleceu um padrão de alta performance que têm resultado no que hoje se vê padronizado nos "lines ups" pelo mundo afora.

Ultimamente tinha estado a trabalhar em campanhas de conscientização contra o uso das drogas, um mal que ele mesmo experimentou e que o manteve longe surf durante um largo período, mas da qual se conseguiu livrar.

Recentemente com 51 praticou tow in em Teahupoo, aquilo que ele considera ser a maior loucura que alguma vez cometeu na sua vida.
De sorriso largo e estilo inconfundível o surf perde mais uma das suas lendas.